IPCA registra deflação de 0,08% em junho, mas bolsa recua | Análise de Mercado
O IPCA registrou deflação de 0,08% em junho de 2023, conforme divulgou o IBGE nesta terça-feira (7). Trata-se do primeiro resultado negativo para o índice desde setembro de 2022, quando houve deflação de 0,29%. Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula alta de 3,16%, número ligeiramente abaixo do centro da meta de inflação (3,25% ao ano), e significativamente menor do que os 3,94% acumulados no intervalo de 12 meses encerrado em maio.
Contudo, o recuo no principal índice de preços do Brasil foi ligeiramente abaixo do indicado pelas projeções (-0,10% m/m), não conseguindo evitar a performance negativa do Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa Brasileira, puxada principalmente pelo recuo das ações de grandes bancos.
O resultado do IPCA neste mês não deve alterar o discurso do Banco Central, que avalia a possibilidade dar início a um ciclo de cortes na Selic já na reunião de agosto, podendo realizar um corte de 0,5 ponto percentual na taxa, mas um dado levemente abaixo do esperado contribui para um sentimento de cautela entre os investidores.
Destaques do IPCA de junho
Em junho, quatro dos nove grupos que compõem o IPCA registraram deflação, enquanto os outros cinco apresentaram variação positiva.
O principal responsável pelo recuo dos preços no mês foi o grupo “alimentação e bebidas”, com queda de 0,66%, seguido dos segmentos “artigos de residência” e “transportes”, que recuaram 0,42% e 0,41% respectivamente. “Comunicação” também apresentou resultado negativo, embora menos expressivo, com queda de 0,14% no mês.
Por outro lado, os preços do grupo “habitação” avançaram 0,69%, seguidos por “despesas pessoais” e “vestuário”, com altas de 0,36% e 0,35%. Os grupos “saúde e cuidados pessoais” e “educação” registraram avanços mais contidos, de 0,11% e 0,06% respectivamente.