Confira as principais movimentações desta semana | 06/08/2021
A semana foi marcada pelo aumento da Selic em 100 pontos base após a reunião do COPOM, já indicando uma alta na mesma proporção para Setembro. As manobras do governo para cobrir despesas geraram conflito fiscal e aumento da aversão ao risco, em compensação a divulgação dos resultados da Petrobrás foi positiva. Nos EUA, o comunicado do Payroll superou as expectativas dos economistas e confirma reaquecimento da economia americana.
Principais acontecimentos da semana:
Vacinação – Covid e avanço na vacinação seguem dominando a agenda econômica. Na última terça-feira (03), o Brasil atingiu a marca de 50% da população vacinada com a primeira dose e 20% com a segunda dose, ou dose única. Os dados positivos para retomada da economia geram, por outro lado, um aumento na pressão inflacionária, principalmente no setor de serviços. Esse aumento foi reconhecido pelo Banco Central no seu último comunicado na quarta-feira (04).
COPOM – A piora no cenário de inflação para 2022 criou a expectativa de aumentos expressivos na Selic para os próximos períodos. A decisão da reunião veio ao encontro das expectativas, tanto na decisão do aumento de 100 bps – de 4,25% para 5,25% – quanto no comunicado. O COPOM retirou termo “neutro” da taxa de juros, reconhecendo uma inflação não apenas transitória, e indicou um aumento na mesma magnitude para a próxima reunião, em Setembro.
Fiscal – O populismo pré-eleições vem refletindo em pautas como o aumento do Bolsa Família e a prorrogação do Auxílio Emergencial. Para cobrir esses gastos, o Governo cogitou o alongamento no prazo de pagamento dos precatórios, gerando desconforto no mercado com as manobras no orçamento. Outra alternativa levantada é a geração de receitas através da privatização de estatais, em foco os Correios. Tal medida gera conflito na Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina que o aumento de despesas recorrentes apenas é justificado com o aumento de receitas recorrentes. O efeito conhecido é o aumento na aversão ao risco, dada a citada insegurança jurídica no âmbito político.
Micro – O destaque da semana foi para a divulgação de resultados da Petrobrás, realizada na quarta-feira (04). O mercado seguia apreensivo, pois seria a primeira divulgação desde a troca da presidência, realizada por intervenção governamental, entretanto, o resultado surpreendeu positivamente. Puxado pela recuperação dos preços do petróleo e pelo aumento nos preços dos combustíveis, houve um aumento de 42,8 bilhões nos lucros no segundo trimestre de 2021. Com relação à receita, a alta foi de 117% e 20% de queda na dívida. O ótimo desempenho do período gerou uma antecipação no pagamento dos dividendos, o que é muito bem visto pelo acionista.
Payroll – Divulgado hoje (06) às 9h30 pelo horário de Brasília, relatou a criação de 943 mil empregos na economia norte-americana. O dado veio acima das projeções dos economistas, de 870 mil, porém dentro do range da expectativa de grandes bancos, até 1 milhão de novas vagas. O tema discutido em torno desse dado é o chamado tapering, ou seja, o início da redução dos agressivos estímulos monetários, realizados desde o início da crise. Dado que a inflação nos EUA também segue acima da meta, a criação de quase 1 milhão de novas vagas confirma o reaquecimento na economia real americana e uma provável necessidade de aumento futuro nos juros.
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