Copom | Primeiras Impressões: Conforme antecipado, Banco Central elevou os juros em 100 bps de 12,25% para 13,25% a.a.

Marcela Kawauti – Economista-chefe da Lifetime Gestora de Recursos
Em decisão unânime e de acordo com o antecipado, o Copom adicionou 100 pontos base à Selic e levou os juros básicos de 12,25% para 13,25% a.a. Essa foi a quarta alta consecutiva, desde setembro, somando um total de 300 pontos base de elevação, rumo a um patamar já considerado contracionista. Dado que o movimento mais recente já havia sido indicado na reunião de dezembro, as atenções dos analistas recaíram sobre o comunicado.
Na primeira reunião sob o comando do novo presidente, Gabriel Galípolo, o diagnóstico da autoridade monetária em relação ao cenário prospectivo para a inflação foi mantido com balanço de riscos assimétrico para cima. O ambiente desafiador envolve a desancoragem de expectativas, a economia aquecida com hiato do produto positivo – em que pese uma desaceleração incipiente da atividade -, a resiliência dos preços de serviços e a depreciação do câmbio. A autoridade monetária destacou também que a reação dos agentes ao regime fiscal e seus efeitos sobre a sustentabilidade da dívida também contribuiu para os riscos à estabilidade de preços.
Com relação aos próximos passos, o Banco Central reforçou o guidance de que haverá uma nova alta de 100 bps em março. Com relação aos passos seguinte, o Copom reforçou que a Selic terminal será guiada pelo firme compromisso com a convergência à meta. As simulações, no entanto, indicam que o colegiado precisará ir além do prometido para cumprir o seu mandato de estabilidade da moeda. Os modelos do Banco Central apontam para uma piora do IPCA de 4,5% para 5,0% em 2025 e manutenção em 4,0% no horizonte relevante (alterado do 2º para o 3º trimestre de 2026). O cálculo tem como premissa a Selic a 15% em 2025 e 12,50% em 2026 (retiradas da última divulgação do Focus) indicando que este deve ser o patamar mínimo para um fim de ciclo em linha com a estabilidade monetária.