Copom novembro | Primeiras Impressões: Banco Central aumentou a Selic para 11,25%, e reforçou a necessidade de ajuste fiscal
Por Marcela Kawauti – Economista-chefe da Lifetime Asset Management
Em linha com as expectativas, o Banco Central adicionou 50 pontos base à Selic e levou os juros básicos de 10,75% para 11,25% a.a. Essa foi a segunda alta consecutiva, com aceleração em relação ao aperto de 25 bps de setembro. No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom manteve o elenco de riscos à inflação, com viés de alta. As incertezas envolvem a desancoragem de expectativas, a atividade econômica aquecida, a resiliência da inflação de serviços e a depreciação do câmbio. Uma alteração relevante foi adicionada ao diagnóstico do cenário fiscal. A autoridade monetária reforçou a necessidade de apresentação e execução de medidas estruturais no orçamento para garantir a sustentabilidade da dívida e a redução dos prêmios de risco.
As simulações apresentadas pelo colegiado reforçam o ambiente desafiador. O resultado dos modelos trouxe piora ao longo de todo o período analisado. Além disso, o IPCA se mantém acima da meta ao longo de todo o horizonte relevante e chega a 3,6% no 2º trimestre de 2026 no cenário de referência (que usa como premissa a Selic em 11,75% ao final deste ano e 11,50% no próximo).
O comunicado indica que a política monetária seguirá contracionista para garantir a convergência da inflação à meta e sugeriu que novos apertos serão necessários nas próximas reuniões. O ritmo dos próximos passos do Copom, no entanto, será determinado pela evolução dos dados, tanto no Brasil como no ambiente internacional.