Daniel Kahneman: o psicólogo que revolucionou o estudo da economia
Nesta quarta-feira, dia 27 de março, morreu Daniel Kahneman. O psicólogo, nasceu em Israel, mas trilhou boa parte de sua carreira acadêmica nos Estados Unidos onde lecionou em instituições renomadas como University of California, Berkeley e Princeton University.
Kahneman é considerado o pai da economia comportamental, um campo de estudos recente que investiga o processo por traz da tomada de decisões econômicas. Seu estudo inovador lhe rendeu um prêmio Nobel em 2002.
Até a década de 90, os estudos econômicos eram, em sua maioria, baseados em modelos que assumiam que as pessoas agem baseadas puramente na racionalidade. Havia, portanto, a carência de uma teoria que explicasse por que em alguns casos a alternativa escolhida não é a melhor possível, como por exemplo as decisões impulsivas. O estudo de Kahneman começou a mostrar que há outras questões por trás dessas escolhas: os chamados vieses comportamentais.
Sua publicação mais famosa, o livro “Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar” faz um bom resumo dos seus estudos. De maneira simplificada, ele explica que o cérebro tem dois sistemas. O primeiro é rápido e intuitivo. Ele é usado quando a mente precisa tomar decisões rápidas. Para isso as pessoas se baseiam em regras de bolso, atalhos mentais, primeiras impressões e reações emocionais. O segundo é lento, racional e analítico e é capaz de identificar os erros cometido por decisões impulsivas.
O arcabouço apresentado por Kahneman nos ajuda a entender como o uso de atalhos mentais e a confiança na intuição afetam as decisões dos investidores. Um dos mais importantes é a aversão à perda, em que a reação negativa dos investidores em relação a uma queda no valor de suas aplicações é muito maior do a reação positiva a um ganho de igual valor.