FOMC | Primeiras Impressões: Comunicado trouxe espaço para cortes de juros, mas segue condicional à evolução dos dados
Por Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset
O FOMC manteve os juros no intervalo entre 5,25% e 5,50% pela oitava reunião consecutiva. As taxas seguem no patamar mais alto desde 2001. A decisão já era largamente antecipada pelo mercado e o comunicado que acompanhou a decisão trouxe tom mais otimista em relação ao divulgado em junho. Com relação ao mercado de trabalho, os rendimentos moderaram e o desemprego subiu, apesar de continuar baixo. A inflação segue um pouco elevada, mas com progresso adicional em direção à meta.
A principal alteração no documento foi a mudança da preocupação da autoridade monetária. Em junho a atenção estava voltada para os riscos inflacionários, que foram substituídos em julho pelos relacionados aos dois lados do duplo mandato: inflação e crescimento.
O tom mais otimista em relação à melhora do balanço de riscos, o desequilíbrio no mercado de trabalho e a evolução dos índices de preços traz espaço para normalização dos FED Funds. O comitê, no entanto, repetiu o trecho em que fala que os juros serão cortados apenas quando houver maior confiança de que a inflação caminha de forma sustentável em direção à meta de 2%. O momento do início do afrouxo monetário segue, portanto, fortemente dependente da evolução dos dados e da continuidade da tendência de melhora mostrada no último mês.