Quero diversificar o meu patrimônio! Investir em dólar vale a pena?
2024 tem sido um ano marcado por um forte aumento de incertezas. Especificamente no âmbito doméstico, declarações de membros do poder executivo têm aumentado as dúvidas em relação ao futuro das políticas monetária e fiscal. Os preços dos ativos precificaram as inseguranças e os investidores assistiram à queda nas ações listadas em bolsa de valores e desvalorização da moeda brasileira.
Costumamos ressaltar que momentos de incerteza e volatilidade são também oportunidades interessantes para alocação em ativos que oferecem rendimentos interessantes. Um bom exemplo são os títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) com rendimento em patamar historicamente alto, próximos dos 6,5%. Ainda assim, momentos como esse levam investidores a considerar a diversificação geográfica como uma forma de proteger o patrimônio, mitigar as oscilações do risco cambial e descorrelacionar a carteira do risco país e incertezas domésticas.
De fato, investimentos fora do Brasil, chamados comumente de offshore, podem ser interessantes para esses objetivos, além de permitir aos investidores a chance de aproveitar oportunidades em um mercado mais maduro, com uma lógica diferente da brasileira e um horizonte de investimento mais longo. Neste caso, é importante a ajuda de um especialista para navegar bem em águas desconhecidas e aproveitar a diversificação geográfica.
Investir fora do Brasil vale a pena para a diversificação de carteiras?
Para endereçar este questionamento, procedemos a algumas análises conforme segue.
-
A performance dos ativos americanos
Em primeiro lugar, olhamos a performance dos ativos em renda fixa nos Estados Unidos. O gráfico destacado no inicio deste artigo mostra que os retornos atualmente estão interessantes e que alguns ativos americanos estão baratos na comparação com os padrões históricos. Em cerca de 10% das vezes houve pontos de entrada tão atrativos quanto o atual no Global Agregate e no US Core.
-
Como se compara o poder de compra de uma carteira em dólar e em reais
Uma vez que o investidor decida pela diversificação geográfica, parte dos seus ativos serão dolarizados, ou seja, indexados em moeda americana. Este fator pode ser interessante para as famílias que tem parte de sua cesta de consumo indexadas nesta moeda, como por exemplo aquelas que fazem viagens internacionais de maneira frequente, que têm filhos que estudam no exterior ou que têm uma cesta de consumo composta de produtos importados.
Fizemos uma simulação que compara a correção do patrimônio pela inflação brasileira (IPCA) e pela variação da taxa de câmbio. Na janela de 20 anos (junho de 2014 até maio de 2024) houve uma valorização de 76% pelo IPCA e de 231% pelo câmbio, mostrando que a dolarização do patrimônio teria sido vantajosa para manter o poder de compra do investidor em moeda estrangeira como nos exemplos anteriores.
(Fonte: Comdinheiro, Elaboração: Lifetime Asset) – (Periodo: 02/06/2014 – 31/05/2024)
-
Como se comparam os investimentos em dólar com investimentos no Brasil
Por fim, procedemos à comparação de um título no Brasil que oferece rendimento de IPCA somado a juros reais de 6% com um investimento dolarizado que oferece 4,5% ao ano, replicando o juro real da NTN-B e a alocação média de uma carteira conservadora em moeda americana, respectivamente. O gráfico mostra que os rendimentos acumulados na mesma janela de tempo do exercício anterior chegaram a 313% no primeiro caso e 356% no segundo, também colocando os investimentos em moeda americana como mais vantajosos no período, ainda que com volatilidade maior motivada principalmente pela variação cambial.
(Fonte: Comdinheiro, Elaboração: Lifetime Asset) – (Periodo: 02/06/2014 – 31/05/2024)
Dado esse panorama, qual a melhor estratégia de diversificação e investimento?
Retomando o que falamos no início do texto, o momento atual pode trazer um ponto interessante de entrada para a alocação balanceada do patrimônio. Aproveitar o momento único de taxas elevadas tanto no Brasil quanto nos EUA é estratégico. Neste sentido, não recomendamos aos investidores brasileiros que se desfaçam dos ativos domésticos, mas sim usar a possibilidade de investimentos dolarizados para proteção cambial e diversificação geográfica. Desde o início do Plano Real, que completou 30 anos em 2024, a moeda brasileira se desvalorizou 5,8% ao ano em média, o que reforça a necessidade de diversificação global para proteger o poder de compra de parte do patrimônio em moeda estrangeira.
Para explicitar melhor o argumento anterior, analisamos duas métricas importantes dos Portfólios da Lifetime Asset Management: risco e retorno. Fizemos esse exercício para as carteiras puramente domésticas e aquelas que mesclam ativos brasileiros e offshore. O gráfico mostra que a diversificação dos investimentos no exterior levou a um aumento do retorno anual de 9,8% para 11,8% com redução do risco de 4,9% para 4,7%. O exercício referenda o argumento de que a diversificação pode ser benéfica para as carteiras.
(Fonte: Comdinheiro, Elaboração: Lifetime Asset)
Uma outra forma de visualizar esse benefício é o gráfico que mostra a evolução dessas duas carteiras durante duas décadas.
(Fonte: Comdinheiro, Elaboração: Lifetime Asset)
Os investidores devem, portanto, considerar a alocação de parte de seu portfólio em ativos brasileiros e parte em produtos dolarizados para diversificação cambial. Este equilíbrio ajuda a mitigar riscos e a aproveitar as taxas de retorno excepcionais disponíveis atualmente em ambos os mercados.
A Lifetime conta com soluções especializadas e equipe experiente, pronta para atuar na gestão do patrimônio de nossos clientes dentro e fora do Brasil. Além da diversificação via investimentos offshore, nosso conglomerado tem atendimento internacional completo e sob medida para atingir os objetivos dos nossos clientes.