Payroll EUA novembro | Primeiras Impressões: Dados do mercado de trabalho americano em novembro mostraram força da atividade e aumento da inflação de salários
Por Marcela Kawauti – Economista-chefe da Lifetime Asset Management
Os números referentes a novembro mostraram que a economia americana segue bastante aquecida. No mês foram criadas 227 mil novas vagas de emprego, acima dos 200 mil esperados pelos analistas, e dos 36 mil verificados em outubro quando o mercado de trabalho havia sido prejudicado pela temporada de furacões. Além dos dados fortes do mês, houve revisão para cima nos dois períodos anteriores, somando 56 mil vagas adicionais. Com isso, vemos uma evolução ainda bastante resiliente da atividade em função dessa desaceleração lenta do mercado de trabalho. Neste contexto, a taxa de desemprego ficou em 4,2%, se mantendo no patamar ao redor de 4,0% desde maio deste ano.
O aquecimento do mercado de trabalho é importante para afastar de vez o temor de recessão nos Estados Unidos, mas coloca pressão adicional sobre os preços ao consumidor. Os ganhos por hora na comparação com o mesmo mês do ano anterior cresceram 4,0% repetindo o resultado de outubro e abandonando a tendência de desaceleração registrada entre fevereiro e julho. O dado indica que a pressão de demanda sobre a inflação deve seguir elevada, com especial impacto sobre os custos de serviços.
Os sinais de força da atividade econômica vindos do payroll americano tornam o trabalho do FED mais difícil. Após o iniciar o ciclo de queda de juros em setembro com um corte expressivo de 50 pontos base e diminuir o ritmo para 25 bps em novembro, a reaceleração da economia e a renovação de pressões de salário sobre a inflação de demanda sugerem necessidade de cautela e parcimônia nas próximas decisões de política monetária.