Primeiras Impressões: PIB brasileiro avançou 1,4% no 2º trimestre, o maior crescimento desde 2020
Por Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset
Os dados do PIB brasileiro mostraram aceleração entre o 1º e o 2º trimestre do ano. A economia cresceu 1,4% na margem, acima dos 1,0% do período anterior (revisado para cima) e registrou o melhor resultado desde o 3º trimestre de 2020 quando o Brasil se recuperava dos fortes efeitos negativos da pandemia.
No acumulado em 4 trimestres, o crescimento foi de 2,5%, repetindo o registrado nos 3 meses anteriores. Em ambas as comparações o resultado do PIB veio acima do esperado pelos analistas.
Pelo lado da oferta, o crescimento trimestral teve dois destaques importantes. A indústria avançou 1,8% com recuperação em relação à estabilidade do período anterior. Também o setor de serviços avançou (+1,0%) mantendo o posto de principal motor da economia brasileira desde o ano passado. Na outra direção, a agropecuária retrocedeu 2,3%. Na ótica da demanda, a força da atividade foi calcada no consumo das famílias que cresceu 1,3% puxado pela expansão fiscal, aumento dos salários e a força do mercado de trabalho. Também foi positiva a variação de 2,1% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) influenciado positivamente pelos efeitos defasados da queda na taxa Selic iniciada em meados de 2023.
A aceleração do crescimento da economia brasileira no 2º semestre do ano, apesar dos efeitos negativos da tragédia climatica que atingiu o Rio Grade do Sul entre maio e junho, deve reforçar a lista de preocupações do Banco Central Brasileiro e deve dar força às apostas de retomada do ciclo de alta de juros já na próxima reunião de setembro.