Super (ultra!) quarta: o dia seguinte
A última quarta-feira (18/09) foi marcada pelas decisões de juros mais importantes do ano. Nos Estados Unidos, o FED finalmente encontrou espaço para iniciar o ciclo de normalização de juros. Os FED Funds foram cortados em 50 pontos percentuais e passaram do intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a. para entre 4,75% e 5,00% a.a.. No Brasil, o Copom retomou o ciclo de alta e levou a Selic de 10,50% a.a. para 10,75% a.a. A decisão unânime se baseou nos riscos altistas para a inflação (desancoragem de expectativas, a atividade econômica aquecida, a resiliência da inflação de serviços, depreciação do câmbio e as incertezas fiscais).
Estados Unidos
A forte queda nos juros básicos trouxe otimismo para a renda variável americana. A diminuição do custo de capital, aliada ao aumento do apetite ao risco, típico de momentos de afrouxamento monetário, levou o S&P a renovar as máximas para o ano [vide imagem de destaque]. O índice fechou a quinta-feira em 5.713,64 pontos, uma alta de 1,4% em relação ao fechamento de terça-feira. De volta aos níveis elevados de junho, a Nasdaq chegou a 18.013,98, uma alta de mais de 2% em relação ao dia anterior à decisão de juros.
As curvas de juros se ajustaram à decisão de forma menos intuitiva. O início do ciclo de flexibilização mais forte puxou os vértices mais curtos para baixo, mas a curva de médio e longo prazo se ajustou para cima. O juro de um ano caiu de 3,60% para 3,58%, enquanto o ponto de 10 anos a frente foi de 3,65% para 3,71%. O movimento da curva mais longa se baseia nas declarações do comunicado e do presidente na instituição de que o juro neutro de longo prazo da economia americana tem se ajustado para cima desde o final da pandemia.
E no Brasil?
Ao contrário do movimento nos Estados Unidos, no Brasil houve piora na renda variável. A retomada do ciclo de alta da Selic pesou negativamente sobre o IBOVESPA que fechou a quinta-feira em 133.1122,67 pontos, um recuo de 1,4% na comparação com a terça-feira. Vale ressaltar que a queda nos preços de commodities por conta da desaceleração da economia mundial, em especial a China, também pesaram sobre a bolsa brasileira.
Em relação à evolução das taxas de juros, o saldo da super-quarta foi um deslocamento da curva do DI futuro para cima, inclusive com indicações de aumento no ritmo de elevação dos juros na próxima reunião em novembro.
O cenário de Selic mais alta e queda nos Fed Funds aumenta o diferencial de juros em favor do Brasil. O investimento em renda fixa brasileira fica mais interessante e atrai capital, beneficiando o real. A moeda brasileira que havia fechado na terça feira em R$/USD 5,50 chegou a R$/USD 5,42 no fechamento do dia seguinte às decisões de política monetária.
Qual o Impacto Sobre os Investimentos?
A elevação da curva futura de juros brasileira trouxe impacto negativo para as alocações de renda fixa marcadas a mercado. No entanto, o carrego, ou seja, a taxa para novos investimentos ficou mais interessante, se traduzindo em uma boa oportunidade de entrada para novas aplicações.
Da mesma forma, os ativos de renda variável recuaram no curto prazo, mas podem se beneficiar no futuro. A elevação dos juros demonstra compromisso do Banco Central brasileiro com a convergência da inflação e das expectativas em direção à meta. A estabilidade econômica advinda do controle de preços pode ser positiva para os ativos de risco.
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