FOMC reforça tom de cautela, mas reconhece progresso moderado da inflação e do emprego

Por Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset
A Ata da reunião do FOMC de junho de 2024 reforçou a mensagem de cautela já trazida nos últimos documentos da autoridade monetária. A inflação segue como a principal preocupação do colegiado e foi citada 73 vezes no documento (ante 72 vezes na Ata de maio e 68 em abril). Houve crescimento também das citações relacionadas a atividade e mercado de trabalho.
Com relação à variação de preços corrente, o comitê destacou que o índice de preços ao consumidor desacelerou, mas segue elevado. Entre as reuniões de decisão de juros (maio e junho), a inflação progrediu de forma modesta em relação à meta de 2%. O mercado de trabalho, ainda pressionado, caminha lentamente em direção ao equilíbrio. A força da atividade econômica mantém o desemprego baixo e o crescimento sólido dos salários fomenta a demanda aquecida.
O documento terminou sem indicações em relação aos próximos passos do Banco Central americano. A normalização acontecerá somente quando o FED tiver confiança de que a inflação caminha de forma sustentável em direção à meta. Uma eventual mudança na instância de política monetária está, portanto, condicionada aos dados macroeconômicos, ao cenário prospectivo e à evolução do balanço de riscos.