Primeiras Impressões: PIB brasileiro avançou pelo 14º trimestre consecutivo com crescimento de 3,1% no 3º trimestre (acumulado 12 meses)
Por Marcela Kawauti – Economista-Chefe da Lifetime Asset Management
Os dados do PIB brasileiro mostraram aceleração entre o 2º e o 3º trimestre do ano. A economia cresceu 3,1% no acumulado em 12 meses, acima dos 2,7% do período anterior. Esse foi o melhor resultado desde o final do ano passado. Na comparação com o período imediatamente anterior, o crescimento foi de 0,9%, abaixo do 2º trimestre (1,4%), mas acima do mesmo período de 2023. Em ambas as comparações os dados de atividade vieram melhores que o esperado pelos analistas.
Pelo lado da oferta, o resultado trimestral teve dois destaques importantes. A indústria avançou 0,6% com recuperação em relação à estabilidade do período anterior. Também o setor de serviços avançou (+0,9%) mantendo o posto de principal motor da economia brasileira desde o ano passado. Na outra direção, a agropecuária retrocedeu 0,9% impactado pelas condições climáticas adversas do período. Na ótica da demanda, a força da atividade foi calcada no consumo das famílias que cresceu 1,5% puxado pela expansão fiscal, aumento dos salários e a força do mercado de trabalho. Também foi positiva a variação de 2,1% nos investimentos (Formação Bruta de Capital Fixo) influenciados positivamente pelos efeitos defasados da queda na taxa Selic iniciada em meados de 2023 e pela preparação das empresas para a demanda aquecida.
A força do crescimento da economia brasileira tem colocado pressão sobre a inflação de demanda – com efeito sobre os preços ao consumidor – e deve seguir na lista de preocupações do Banco Central Brasileiro. Em conjunto com os riscos fiscais, a desvalorização do real brasileiro e a desancoragem de expectativas, os dados devem dar força para a aceleração no ciclo de alta de juros na próxima reunião de dezembro.