Taxa de desemprego segue no menor nível em 10 anos após a divulgação do dado de abril
Por Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset
A taxa de desemprego recuou de 7,9% em março para 7,5% abril, no menor nível para o mês desde 2014 quando chegou a 7,2%. Pelo segundo mês consecutivo, o dado veio melhor que a expectativa dos analistas, que previam queda para 7,7%. A criação de líquida de vagas formais, apurada pelo CAGED, chegou a 240 mil no mês, próximo ao registrado em março. Esse foi o melhor resultado para o mês desde 2013.
O mercado de trabalho aquecido deve renovar as preocupações do Banco Central Brasileiro com a pressão de demanda. Os salários vêm crescendo acima de 4,0% desde o início do ano na comparação com o mesmo mês do ano anterior, já descontados os efeitos da inflação. Em abril, o avanço foi de 4,4%. A soma de todos os rendimentos auferidos no mês, tanto nas vagas de trabalho formais quanto nas informais, dá uma medida ainda mais clara do impulso do mercado de trabalho na economia. A massa salarial cresceu 7,7% em termos reais nos 12 meses até abril, o crescimento mais forte desde junho de 2023.
O mercado de trabalho é uma das principais fontes de incerteza para a evolução dos preços ao consumidor citadas pelo Copom. A atividade econômica aquecida e o aumento de salários, somado ao impulso dos programas de transferência de renda, coloca pressão adicional sobre a inflação de demanda.