Inflação dentro das expectativas nos EUA traz alívio, mas ainda não dá espaço para cortes de juros
Por Marcela Kawauti, Economista-chefe da Lifetime Asset
Após a reaceleração dos preços ao consumidor em março, o CPI recuou levemente em abril em linha com as expectativas dos analistas: o índice cheio passou de 3,5% para 3,4% no acumulado em 12 meses. A desaceleração também foi verificada nos núcleos. Os preços de serviços passaram de 5,3% para 5,2%. Também a abertura que exclui os preços mais voláteis de energia e alimentação, o CPI core, passou de 3,8% para 3,6%. Por outro lado, o custo de energia já reflete a alta do petróleo e avançaram de 2,1% para 2,5%.
Em seus documentos, o Banco Central Americano tem reiterado que o início do ciclo de corte de juros acontecerá somente quando a inflação tiver caminhado de forma sólida em direção à meta, mas os dados colocam em dúvida esta trajetória. Após um pico de 9,0% em junho de 2022, o CPI desacelerou até meados do ano passado.
A partir de então, entretanto, o dado estabilizou e vem oscilando entre 3,0% e 3,5% – acima, portanto do objetivo estabelecido pelo FED (ao redor de 2,0%). A interrupção da trajetória de queda da inflação e a resiliência do mercado de trabalho podem levar o colegiado a dar início ao afrouxo monetário apenas na virada de 2024 para 2025.