Investimentos fora do Brasil: O que esperar para os ativos offshore em 2025

O ano de 2024 terminou cercado de incertezas e o ambiente desafiador se prolongou para o início de 2025. Especificamente em âmbito doméstico, estamos passando por uma crise de confiança (Desvalorização da Moeda, Desajuste Fiscal e Os Impactos Sobre a Inflação, O Que Os Dados Mostram, O Que As Contas Externas nos Dizem?) marcada por dúvidas em relação ao futuro da política fiscal. Os preços dos ativos precificaram as inseguranças e os investidores assistiram à queda nas ações listadas em bolsa de valores e desvalorização da moeda brasileira.
Costumamos ressaltar que momentos de incerteza e volatilidade são também oportunidades interessantes para alocação em ativos que oferecem bons rendimentos. Um exemplo são os títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) com parcela pré-fixada em patamar historicamente alto. Ainda assim, momentos como esse levam investidores a considerar a diversificação geográfica como uma forma de proteger o patrimônio, mitigar as oscilações do risco cambial e descorrelacionar a carteira do risco país e incertezas domésticas.
De fato, investimentos fora do Brasil, chamados comumente de offshore, podem ser interessantes para esses objetivos, além de permitir aos investidores a chance de aproveitar oportunidades em um mercado mais maduro, com uma lógica diferente da brasileira e um horizonte de investimento mais longo. Listamos a seguir as principais classes de ativo e as expectativas para os investimentos offshore ao longo do ano que começa.
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Cash | Liquidez:
Esta classe de ativos segue relevante para as carteiras internacionais, ainda que exista expectativa de queda na taxa de juros em 2025. Ela proporciona proteção à volatilidade, que deve seguir em alta, em especial num momento de mudança da presidência nos Estados Unidos e incerteza em relação à política monetária. Ela também será importante para o caso de reversão dos preços elevados de alguns ativos.
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Fixed Income | Renda Fixa:
A eleição de Donald Trump traz boas perspectivas para os ativos de renda fixa americanos. A expectativa de expansão fiscal, além de medidas com caráter inflacionária (como a implantação de tarifas para produtos importados e a deportação de imigrantes ilegais) levou a abertura da curva de juros.
O alto nível de juros de médio e longo prazo corrobora para uma assimetria favorável. Um fechamento da curva pode gerar ganhos na zeragem das posições e, caso as taxas permaneçam altas, a posição traz um carrego interessante.
Com relação aos ativos disponíveis preferimos os ativos high grade (títulos privados com alto grau de segurança) e as Treasuries (títulos públicos americanos), uma vez que os spreads dos produtos de high yield (alto rendimento com maior risco de crédito) estão muito abaixo da média histórica.
Quanto ao prazo dos ativos, preferimos uma duration média, que tiveram um fechamento de curva menor dos que os vértices mais curtos. Além disso, ativos de prazos muito longos implicam em volatilidade muito maior.
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Equity | Renda Variável:
Há um otimismo cauteloso em relação aos ativos de Renda Variável. A eleição de Donald Trump e seus planos de governo devem chancelar um cenário que combina economia aquecida, aceleração dos índices de preços e redução dos impostos corporativos das empresas. O fim do medo da recessão e a possível reinflação tendem a beneficiar as ações, dado que as empresas no médio e longo prazo conseguem repassar o aumento de custos aos consumidores.
Há, no entanto, necessidade de parcimônia. Esperamos valorização adicional do S&P500 relacionada à expansão de lucros – seja por crescimento orgânico dos resultados, seja pela combinação com o possível corte de impostos das empresas. Ressaltamos, todavia, que consideramos remota a possibilidade de valorização adicional do S&P500 por expansão de múltiplos. Além da métrica já estar bastante elevada, há incertezas comerciais e geopolíticas.
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Alternative | Alternativos:
Estamos mais atentos a estes ativos. Em primeiro lugar, há baixa correlação com as demais classes de investimento. Há também atratividade crescente dada a redução do custo de oportunidade vinda do recuo dos FED Funds. Por outro lado, há a necessidade de cautela por questões de liquidez e riscos específicos de cada tese. Nossa preferência é por ativos de real estate e private equity.
Dadas as perspectivas, ressaltamos mais uma vez que os investidores devem equilibrar a alocação do seu portfólio, parte em ativos brasileiros e parte em produtos dolarizados para diversificação cambial. Este equilíbrio ajuda a mitigar riscos e a aproveitar as taxas de retorno disponíveis atualmente em ambos os mercados. A divisão entre a parcela doméstica e offshore dos do patrimônio alocado em cada país deve ser feita considerando alguns fatores importantes:
- Necessidade de diversificação;
- Eficiência tributária;
- Necessidade, perfil e objetivos do patrimônio de cada família;
- Oportunidades globais;
- Custos da reorganização geográfica e documentação exigida.
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