Milei indica novo presidente do BCRA e fala em pacote de “choque econômico” na Argentina
Após recuar em suas promessas de fechar o Banco Central da República Argentina (BCRA) e dolarizar a economia do país, o presidente eleito Javier Milei já indicou quem deverá comandar o BCRA durante seu governo e sinalizou a intenção de implementar um amplo pacote de reformas econômicas e privatizações na Argentina.
Milei, que assumirá o cargo no dia 10 de dezembro, indicou nesta quarta-feira o economista Santiago Bausili como novo presidente do BCRA. A indicou vem em linha com a necessidade de reforçar os laços entre o presidente eleito e o ex-presidente Mauricio Macri, do partido Juntos Por El Cambio, uma vez que Bausili foi subsecretário da Fazenda durante a presidência de Mauricio Macri entre 2016 e 2017, assumindo em seguida o posto de secretário da Fazenda, no qual ficou até dezembro de 2019.
Santiago Bausili é um importante aliado do futuro ministro da Economia do governo de Javier Milei, Luis Caputo, e ambos terão que trabalhar juntos no combate à inflação que chegou a 142,7% no intervalo de 12 meses encerrado em outubro deste ano.
O plano de Milei para a economia
Desde sua eleição, Javier Milei tem recuado com relação a algumas propostas mais radicais, com destaque para o fechamento do BCRA. Agora, o presidente tem sinalizado que deve implementar um pacote de medidas econômicas visando o reequilíbrio das contas públicas da Argentina, o que é imprescindível para conter a inflação.
Para alcançar seu objetivo, Milei deve conduzir uma série de reformas e privatizações, e, dentre as empresas a serem privatizadas, merecem destaque a petrolífera YPF e os veículos de comunicação estatais.
O presidente eleito também precisará enfrentar o desafio da Leliq, taxa básica de juros da economia argentina, que está constantemente abaixo da inflação, mesmo com os anúncios de altas da magnitude de 15 a 20 pontos percentuais feitos nas últimas reuniões de política monetária do BCRA. Atualmente, a Leliq se encontra em 133% ao ano, aumentando o custo nominal da dívida pública do país.