Mercado de trabalho EUA | Primeiras Impressões: Desemprego avança a 4,3% e corrobora cenário de desaceleração da atividade
Por Marcela Kawauti, economista-chefe da Lifetime Asset
Os dados do mercado de trabalho os EUA referentes a julho trouxeram números mais fracos do que o esperado. No mês foram criadas 114 mil vagas, abaixo da projeção mediana de 175 mil. Além disso, o resultado de junho sofreu revisão para baixo que mostrou 27 mil posições a menos que o divulgado anteriormente. Com esse resultado, a média mensal de novas vagas em 2024 ficou em 203 mil, menor que os 251 mil do ano anterior e bem próximo da média de 190 mil registrada no período pré-pandemia entre 2015 e 2019. As informações corroboram, portanto, o diagnóstico de desaceleração da atividade americana.
Neste contexto, a taxa de desemprego avançou de 4,1% para 4,3%, no maior patamar desde o final de 2021. A descompressão do mercado de trabalho aliviou o crescimento dos salários. Os ganhos por hora em julho desaceleraram para 3,6%, de 3,8% em junho e devem retirar pressão sobre a demanda.
Em sua última reunião, o FOMC abriu espaço para o início do ciclo de normalização de juros a partir do próximo encontro em setembro, condicional à continuidade dos dados positivos que referendem a trajetória de convergência da inflação à meta. A perda de dinamismo da economia americana e em especial no mercado de trabalho em julho traz indicações importantes neste sentido e reforçam o cenário de descompressão sobre os preços ao consumidor.
