Análise de Mercado | Comentário Semanal – 23/05/2022
Confira as principais movimentações
16 a 20 de abril
O Ibovespa fechou em alta de +1,46%, já o Dólar fechou a semana com queda de -3,57% em relação ao Real, em R$ 4,88/US$.
O combo de incertezas sobre a inflação, composto pela política covid-zero, a guerra da Ucrânia e seus impactos nas commodites, foram os principais destaques no cenário internacional. No Brasil, a Selic e os aumentos de juros movimentaram as notícias no país.
Mercado Global
Nesta semana os investidores renovaram preocupações em meio ao contexto geopolítico e macroeconômico negativos, principalmente no dia que a China anunciou novo lockdown e, Pequim cobrou esforço global para derrotar a Covid-19.
Com efeitos nas cadeias de produção, a política covid-zero, aliada à guerra da Ucrânia e seus impactos nas commodites, fazem parte do combo de incertezas sobre os níveis de inflação e a intensidade da política monetária a ser adotada por países desenvolvidos, em especial os Estados Unidos. Dessa forma, os investidores procuram “seguro”, investindo em Treasuries, pois o risco de recessão global afeta a expectativa de juros de maneira geral.
China
Os impactos do lockdown vieram em uma magnitude maior que o imaginado e traz crescente preocupação quanto aos impactos nas atividades econômicas futuras.
Na última segunda (16), o país iniciou um “certo” relaxamento que ocasionou a uma piora no decorrer da semana.
Lembramos que a atividade mais fraca “em moderação”, pode se refletir em algum arrefecimento nos preços das commodities e “quem sabe” na inflação global. Entretanto, tudo indica que o mercado está depende de mais incentivos: fiscais ou monetários e, assim, estimular a economia.
Em paralelo, o primeiro-ministro da China comentou sobre possíveis investimentos em infraestrutura, já o governo cortou a taxa de referência para empréstimo de longo prazo (beneficiando hipotecas) de 4,6% para 4,45%, com a de um ano permanecendo a 3,7% e ainda, irá realizar uma abertura completa do comércio por volta do dia 1 de julho.
Europa
A Europa eleva projeção de inflação da zona do euro em 2022, de 3,5% para 6,1%. Reduz projeção de alta do PIB de 4% para 2,7%.
O vice presidente do BCE, Luis de Guindos, defendeu um postura “gradual e cautelosa” na normalização monetária. Na Ata, informaram que estão preocupados com a inflação. “Talvez os juros vão subir antes do último trimestre”.
A Fitch comentou: uma interrupção repentina na oferta na oferta de gás pela Rússia “provavelmente” empurraria a zona do euro para uma recessão econômica.
EUA
Jerome Powell enfatizou a preocupação com a inflação, reforçando o cenário onde os juros americanos podem ir além da taxa neutra. Ele também se diz confortável em subir, pois o mercado de trabalho está bastante forte. Ao que tudo indica, o Fed deve manter os 50 pontos de alta e se preciso, pode aumentar o nível.
Os índices da atividade industrial mantêm o ímpeto positivo, após a quarta alta mensal seguida, enquanto o desempenho do varejo indica que a demanda permanece ruim. O Walmart caiu por volta de 20% e Target por volta de 25%, onde as margens estão sendo pressionadas por preços mais altos de alimentos e outros avanços da inflação.
Brasil: Banco Central e Juros
Os seguintes trechos retirados do discurso do Diretor de Política Monetária, Bruno Serra: “a taxa de juros parada por mais tempo é melhor, mas nem sempre possível” e “preferência é por menos flutuação “, nos leva a entender que teremos um aumento em menor % (50 pontos) na reunião de junho e que, talvez, também teremos outro aumento em menor magnitude em agosto. O ciclo de alta está no fim, mas o BC pode alongá-lo.
Por esse motivo, a Selic estável por um longo período, entre 13,25 e 13,50%, dependerá de melhores expectativas sobre a guerra, a Covid-19 e, principalmente, sobre endereçar as expectativas de inflação e metas.
Destaque importante no trecho sobre o regime de meta de inflação, onde Bruno diz que “não há limite para a taxa de juros”, onde mais uma vez, o BC mostra desconforto em “puxar” a Selic e reforçou que os efeitos do aumento de juros devem ser sentidos na economia a partir do segundo semestre.
Juros e Inflação
PLP 18/22 – ICMS de combustível, comunicações e energia.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, indicou a possibilidade de votar, na próxima terça (24), o PLP 18/22, que classifica como bens essenciais os combustíveis, energia elétrica, comunicações e transportes públicos. A mudança de classificação acaba introduzindo um teto de 17% para esses bens e serviços.
Impacto fiscal: Impacto total de R$53,6bi
– Gasolina: R$23,5bi
– Diesel: R$0,5bi
– Etanol: R$1,8bi
– Energia elétrica: R$17,2bi
– Telecomunicações: R$10,6bi
Impacto em inflação: Impacto total de -139bps
– Gasolina: -60bps
– Etanol: -1bp
– Energia elétrica: -42bps
– Telecomunicações: -36bps
Impacto relevante na arrecadação, mas como a arrecadação está forte pelo petróleo, inflação e outros, existe uma compensação, encontro natural das contas.
O que acompanhar nos próximos dias?
- Brasil subindo e EUA caindo, retornamos ao mesmo cenário de janeiro?
- Medidas da China para commodities
- África do Sul subiu os juros para 4,75% aa.
- Reabertura do comércio em Xangai
- Possível entrada da Finlândia e Suécia na OTAN
- Inflação EUA: 8,3% em 12 meses
- Desdobramentos da guerra Rússia e Ucrânia
- Inflação no Brasil
- Greve dos servidores
- Reforma tributária mais enxuta.
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