Com desemprego a 7,9%, mercado de trabalho aquecido segue pressionando a inflação
Por Marcela Kawauti, economista Lifetime
Os dados do mercado de trabalho brasileiro referentes ao mês de março vieram mais fortes do que o esperado. A taxa de desemprego avançou de 7,8% para 7,9%, ante expectativa de alta de 8,1%. Essa foi a menor taxa para o mês desde 2014, antes do início da recessão.
A atividade econômica aquecida e o desemprego baixo pressionam a demanda. Os salários cresceram 4,2% em relação ao mesmo mês do ano passado em termos reais, ou seja, já descontados os efeitos da inflação. A soma de todos os rendimentos auferidos, tanto nas vagas de trabalho formais quanto nas informais, dá uma medida ainda mais clara do impulso do mercado de trabalho na economia. A massa salarial cresceu 6,9% em termos reais nos 12 meses até março repetindo a forte alta do mês anterior.
O mercado de trabalho é uma das fontes de incerteza para a evolução da inflação citadas pelo Copom. A atividade econômica aquecida e o aumento de salários, somado ao impulso dos programas de transferência de renda coloca pressão sobre a inflação de demanda. Os dados divulgados hoje devem pesar sobre a decisão do Banco Central Brasileiro que será divulgada no próximo dia 8 de maio.