Drex: o que a nova moeda digital do Banco Central tem a oferecer?

O Drex, a nova moeda digital que vem sendo desenvolvida pelo Banco Central (BC), tem sido assunto frequente nos noticiários ao longo das últimas semanas, seja pela escolha de um nome pouco usual, seja pelo avanço ou atrasos no desenvolvimento da tecnologia.
Contudo, a moeda parece ter gerado mais dúvidas do que entusiasmo até o momento. Pensando nisso, a Lifetime Investimentos elaborou este post para esclarecer algumas dúvidas acerca do Drex.
O que é o Drex?
O Drex é, basicamente, a versão digital do Real, e sua criação e eventual implementação têm como objetivo trazer mais rapidez e praticidade, além de menores custos, para uma série de transações contratuais e financeiras que realizamos hoje. Portanto, 1 Drex sempre será equivalente a 1 Real, diferentemente de outros ativos digitais, como criptomoedas.
Mais do que um sistema de pagamentos, como o Pix, o Drex promete oferecer uma infraestrutura completa para integrar dinheiro virtual, ativos financeiros e até mesmo certificados de propriedade, diminuindo o papel dos intermediários, como corretoras e cartórios, e cortando custos operacionais.
Com o Drex, o acesso a produtos financeiros deve ser ampliado, permitindo um aumento da oferta e da qualidade dos produtos disponibilizados, e os usuários da moeda digital poderão realizar transações e investimentos fora do horário bancário convencional.
Como a nova moeda vai funcionar?
A intenção do Banco Central com o Drex não é a criação de um sistema centralizado nas mãos do governo, mas sim de forma descentralizada, em colaboração com as instituições financeiras.
O acesso ao Drex se dará por meio dos bancos e instituições financeiras, que terão acesso direto ao sistema, enquanto os usuários finais terão acesso a uma espécie de “Real tokenizado”, gerado pela instituição financeira para representar o verdadeiro Drex.
Um dos principais diferenciais da nova moeda digital será sua compatibilidade com os chamados smart contracts (contratos inteligentes), uma inovação surgida com a criação da tecnologia de blockchain que consiste em programas que se executam de forma automática assim que certas condições acordadas previamente pelas partes envolvidas em um negócio são atendidas.
Dessa forma, por exemplo, um acordo de venda firmado entre duas partes pode ser marcado como cumprido automaticamente pelo sistema uma vez que o pagamento seja efetuado, sem necessidade de intermediários, assim como restrições podem ser impostas a uma das partes em caso de descumprimento do que foi acordado.
Por fim, o Drex será emitido exclusivamente pelo Banco Central, e a aceitação da moeda será obrigatória em todo o território nacional, da mesma forma que o Real convencional.