IPCA desacelera em outubro e acumula alta de 4,82% em 12 meses
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,24% em outubro deste ano segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ligeiramente abaixo do esperado (+0,29%). Com esse resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses recuou de 5,19% em setembro para 4,82% em outubro, ainda acima do teto da meta, mas demonstrando uma melhora significativa com relação ao resultado anterior.
A desaceleração da inflação reforça a perspectiva de novos cortes de 0,50 ponto percentual na taxa Selic ao longo dos próximos meses, em linha com o que foi divulgado pela ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Com a inflação ainda relativamente sob controle e com a expectativa de que ela convirja para a meta dentro do horizonte relevante, as autoridades monetárias enxergam espaço para novos cortes de juros, a despeito dos riscos no radar.
IPCA em grupos
Oito dos nove grupos que compõem o IPCA registraram alta em outubro, mas nenhum grupo apresentou uma alta particularmente vertiginosa.
“Artigos de residência” e “vestuário” tiveram as maiores altas do mês, avançando 0,46% e 0,45% respectivamente. Contudo, os grupos que mais contribuíram para a alta do índice foram “transportes” (+0,35%) e “alimentação e bebidas” (+0,31%), pois possuem maior peso dentro do IPCA. “Saúde e cuidados pessoais” (+0,32%) e “despesas pessoais” (+0,27%) também tiveram altas consideráveis. Já os grupos “educação” e “habitação” acabaram limitando a alta do IPCA, subindo apenas 0,05% e 0,02% respectivamente.
O único grupo que registrou deflação no mês foi “comunicação”, com uma queda de 0,19%.
Os grupos de maior peso
A inflação do grupo “transportes” foi puxada pela alta de 23,7% do preço das passagens aéreas, impulsionada pelo aumento do preço do querosene de aviação e pela proximidade do final do ano, período no qual cresce a demanda por viagens aéreas. Corridas de táxi (+1,42%) e óleo diesel (+0,33%) também registraram inflação, enquanto gasolina (-1,53%) e etanol (-0,96%) tiveram queda de preço no período.
Já o grupo “alimentação e bebidas” teve a primeira alta após quatro meses consecutivos de deflação. O destaque fica com a alta dos preços da batata-inglesa (+11,23%), da cebola (+8,46%), das frutas (+3,06%) e do arroz (+2,99). A alimentação fora do domicílio, por sua vez, ficou 0,42% mais cara.