Inflação avança 0,26% em setembro e volta a se distanciar da meta com alta dos combustíveis
A inflação ao consumidor avançou 0,26% em setembro deste ano, acumulando alta de 5,19% nos últimos 12 meses e voltou a se distanciar da meta de 3,25% ao ano para 2023, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O principal responsável pela alta no mês foi o grupo “transportes”, que teve a alta puxada principalmente pelo reajuste nos preços dos combustíveis.
Apesar da alta, o dado veio ligeiramente abaixo do esperado para o mês (+0,34%), mas deixou a margem de tolerância da meta, que vai de 1,75% a 4,75% ao ano. Em agosto, a inflação acumulada no intervalo de 12 meses era de 4,61%, ou seja, ainda estava dentro da margem.
A alta pontual da inflação ainda não deve alterar os planos do Banco Central (BC) para a trajetória da Selic, que sofreu cortes nas últimas duas reuniões e se encontra em 12,75% ao ano, mas acende um alerta quanto à questão dos preços dos combustíveis.
Conforme reforçou o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, a instituição deve manter o ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic durante as próximas reuniões, apesar do cenário externo desafiador, com juros elevados nos Estados Unidos e na zona do euro.
A inflação em grupos
Seis dos nove grupos que compõem o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançaram em setembro, enquanto os outros três apresentaram deflação.
Dentre as altas, destaque para o grupo “transportes”, que avançou 1,40% no mês, puxado principalmente pela alta dos combustíveis após o anúncio do reajuste nos preços feito pela Petrobras (PETR3/PETR4). Vale lembrar que a gasolina é o subitem do índice que mais subiu em 2023, com alta acumulada de 16,18% até o momento. Diesel e passagens aéreas também contribuíram para a forte alta no mês.
Outros grupos com altas expressivas foram “habitação”, que subiu 0,47%, “despesas pessoais”, que avançou 0,45%, e “vestuário”, com alta de 0,38% no mês. “Educação” e “saúde e cuidados pessoais” subiram 0,5% e 0,4%, respectivamente.
Por outro lado, o grupo “alimentação e bebidas” trouxe um pouco de alívio para o IPCA, com queda de 0,71% em setembro, sendo o principal responsável pela inflação abaixo do esperado no mês. “Artigos de residência” recuou 0,58% e “comunicação” teve leve queda de 0,11%.