Inflação fica estável nos EUA em outubro e recua para 3,2% no intervalo de 12 meses
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) se manteve estável em outubro com relação a setembro nos Estados Unidos, segundo informações divulgadas pelo Bureau of Labor Statistics nesta terça-feira (14). O resultado veio melhor do que a inflação de 0,1% que era projetada para o mês.
Com o índice registrando 0% de variação no último mês, a inflação acumulada nos últimos 12 meses na maior economia do planeta recuou para 3,2%, ante 3,7% na leitura anterior. O núcleo do CPI, que exclui os custos de alimentação e energia, também se manteve estável em outubro, e acumula alta de 4,0% no intervalo de 12 meses.
Óleo combustível (-5,0%), gasolina (-4,9%) e commodities energéticas (-2,5%) foram os itens que registraram as maiores quedas de preço em outubro. Carros e caminhões usados (-0,8%) e novos veículos (-0,1%) também contribuíram para puxar o resultado do índice para baixo. Por outro lado, gás encanado (+1,2%) registrou a maior alta do mês, seguido por serviços de transporte (+0,8%) e eletricidade (+0,5%).
Desaceleração da inflação e os planos do Fed
Visando trazer a inflação de volta para a meta de 2% ao ano, o Federal Reserve (Fed) tem adotado um discurso que sinaliza juros altos por um período prolongado nos Estados Unidos.
Ainda não é possível saber por quanto tempo as taxas devem permanecer no patamar entre 5,25% e 5,50%, e um eventual ciclo de cortes deve ter início somente quando as expectativas estiverem bem ancoradas e a inflação estiver ao menos próxima da meta e livre de riscos inflacionários iminentes.
Contudo, a desaceleração da inflação que tem sido observada dá sinais positivos para o mercado, indicando que o CPI pode voltar a convergir para a meta antes do esperado. Por aqui, os investidores reagiram com otimismo ao dado, com o Ibovespa operando em forte alta e o real ganhando força ante o dólar nas primeiras horas desta terça-feira.
Caso a inflação volte a convergir para a meta nos Estados Unidos, abre-se o caminho para a antecipação do ciclo de cortes nos juros por lá, movimento que tende a aumentar o apetite por risco e, consequentemente, a busca por ativos ligados a economias em desenvolvimento, como a brasileira. Ainda é cedo para tirar qualquer conclusão quanto ao momento em que o Fed começará a cortar os juros, mas os sinais são positivos.