Payroll: EUA criam 336 mil empregos em setembro e reforçam previsão de juros altos por mais tempo
Os Estados Unidos geraram 336 mil empregos em setembro nos setores não-agrícolas da economia, de acordo com dados do payroll, relatório de emprego norte-americano divulgado pelo Bureau of Labor Statistics. O dado veio muito acima da expectativa do mercado, que esperava a criação de 170 mil empregos no período.
Analisando apenas os empregos privados, a geração no período foi de 263 mil, contra expectativa de 160 mil. A taxa de desemprego, por sua vez, se manteve em 3,8%, em linha com o esperado, e o ganho médio por hora trabalhada avançou 0,2% com relação a agosto, ligeiramente abaixo do esperado (+0,3%).
Impacto do payroll nos mercados
O fato de o payroll ter vindo muito acima das expectativas sinaliza que o mercado de trabalho segue bastante aquecido nos Estados Unidos, o que pode continuar pressionando a inflação. Dessa forma, cresce a expectativa pela manutenção dos juros em patamares elevados por um período de tempo mais longo.
Os dados do relatório provocaram um baque inicial nos mercados, mas conforme os investidores digeriram melhor os dados, as bolsas norte-americanas passaram a operar em terreno positivo, o que abriu espaço para que o Ibovespa voltasse a subir, puxado principalmente pelas ações da Vale (VALE3).
O dólar também apresentou forte alta ante o real após a divulgação do payroll, chegando a bater a marca de R$ 5,21, mas recuou posteriormente e voltou a rondar a estabilidade, na faixa de R$ 5,16.
De forma geral, já estava dado que os juros permaneceriam elevados por um período mais longo, o que significa que apesar do número de empregos gerado ser assustador, o payroll de setembro não traz nenhum fato novo que possa impactar tão significativamente a condução da política monetária nos EUA, que atualmente contam com juros no patamar entre 5,25% e 5,50% ao ano.