Republicanos e democratas chegam a acordo sobre o Orçamento dos EUA
As lideranças dos partidos Republicano e Democrata no Congresso chegaram a um acordo para o Orçamento do governo dos Estados Unidos em 2024. O acordo prevê cerca de US$ 1,59 trilhão em gastos para o ano fiscal atual, iniciado no dia 1° de outubro de 2023.
Para que as atividades do governo dos EUA não sejam interrompidas, é preciso que a proposta de Orçamento seja aprovada até o dia 19 de janeiro, data a partir da qual agências como os Departamentos de Agricultura, Transporte e Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA deixarão de receber recursos caso o Orçamento não seja definido.
Apesar da urgência, o acordo ainda enfrenta a resistência de parte dos congressistas republicanos, que defendem um aperto mais severo. Com a retomada das atividades no Congresso após o recesso de fim de ano, deputados e senadores deverão deliberar sobre os 12 projetos de lei anuais necessários para financiar o governo no ano fiscal atual.
Além disso, republicanos e democratas parecem manter certas discordâncias. Mike Johnson, líder dos republicanos na Câmara, afirmou que o valor estipulado no acordo inclui US$ 886 bilhões para defesa, já sancionado pelo presidente Joe Biden, e US$ 704 bilhões para gastos não relacionados à defesa, enquanto Chuck Schumer, líder democrata no Senado, disse que o valor dos gastos não relacionados à defesa seria de US$ 772,7 bilhões.
Orçamento e endividamento
Mesmo com o acordo firmado entre as lideranças dos dois partidos, os congressistas norte-americanos terão que correr contra o tempo para aprovar o Orçamento dentro do prazo. A proposta mais moderada, sem profundos cortes de gastos, mas demonstrando certa cautela com relação à situação da dívida pública, torna mais viável a aprovação dos projetos de lei acerca do financiamento dos diversos departamentos do governo.
O governo dos Estados Unidos acumula déficits fiscais da ordem de trilhões de dólares nos últimos anos, o que levou a dívida pública norte-americana ao patamar recorde de US$ 34 trilhões de dólares, com crescimento acelerado a partir de 2020, em decorrência de fatores como a pandemia e a guerra na Ucrânia, que resultaram em gastos imprevistos.
Esse aumento do endividamento coloca a maior economia do mundo em uma situação delicada, que já se fez sentir na forma de revisões do rating da dívida americana, trazendo preocupação para os mercados a respeito à solvência das contas públicas norte-americanas.
Nesse contexto, os Estados Unidos eventualmente precisarão conduzir um ajuste fiscal, seja via corte de gastos ou aumento da arrecadação, para reverter a trajetória da dívida e reassegurar a confiança dos mercados. Contudo, com as eleições de 2024 no radar, um ajuste mais contundente deve ficar para depois.