Análise de Mercado | Comentário Semanal – 04/10/2022
Confira as principais movimentações
26 a 30 de setembro
Reino Unido
Dúvidas pairam sobre o Reino Unido após os últimos acontecimentos. O Banco da Inglaterra (BoE) subiu os juros para 2,25%aa, porém, ocorreu uma forte desvalorização da sua moeda, devido ao anúncio do governo para cortes de impostos e a ampliação de gastos, pois esse anúncio requer emissão de moeda e gerará mais inflação no futuro.
Diante dessa circunstância, o investidor opta por uma moeda segura e, neste caso, segue para o dólar, que se mantém como uma moeda forte. Porém, essa aversão acabou impactando em outras praças e atingiu o real. A preocupação fiscal em um país desenvolvido, mexeu com a aversão ao risco global. Após essa situação, o BoE vem a mercado anunciar a postergação do início da venda dos títulos e venda de dólar para proteger a sua moeda, logo, a libra se valorizou artificialmente.
Vamos aguardar os próximos movimentos, é muito comum esse tipo de “defesa” acontecer, já vimos aqui no Brasil diversas vezes.
Europa
Na mínima de 20 anos, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, reforçou que “nos próximos vários encontros” (palavras dela) tem o compromisso de subir os juros. Explicando que o objetivo primário não é induzir uma recessão, mas assegurar a estabilidade de preços com uma projeção da inflação ancorada em 2%.
Ela também ressaltou que a espiral inflacionária do velho continente é guiada pela lado da oferta, enquanto a dos EUA é por uma demanda mais forte.
Para finalizar, ela destaca que o principal problema é devido ao encarecimento da energia, onde a EU busca uma solução.
Consideramos um discurso forte, e aparentemente, gerando credibilidade, pois o Euro se valorizou após o posicionamento de Lagarde.
DXY
Com a Libra enfrentando problemas, o Japão permanecendo com os juros negativos (perdendo o poder de compra) e o Euro tem uma expectativa de crescimento menor, neste momento, é inevitável não ter um dólar forte. Além disso, a expectativa da economia americana é melhor, ou seja, dois fatores bem positivos.
China
Estamos acompanhando China e sabemos que a incerteza é bem alta.
A moeda vem de uma forte desvalorização, mínima de 2008. O governo mandou o seguinte recado: “vamos fortalecer diretrizes e correções”. Além do recado, ele estipula que as Instituições Finan. que venderem contratos de câmbio a termo estarão sujeitas a uma taxa compulsória de 20%, ou seja, operar contra ficou mais caro. Essa mesma medida também foi imposta em 2018, quando o yuan sofreu forte queda.
Lembramos que nesta semana temos o feriado de 1 a 7 de outubro no país. As áreas de risco do Covid ainda são altas, porém vem caindo gradativamente. Aparentemente, nota-se uma flexibilização do governo. Temos Hong Kong removendo a quarentena obrigatória de hotéis para chegadas internacionais e, com isso, os números das reservas estão superando os níveis de pré-pandemia.
Brasil – Ata Copom
Destaques para os seguintes trechos:
- Parágrafo 9: BCB admite possibilidade de IPCA 2023 acima do teto da meta de inflação, caso o hiato do produto do 3T22 esteja em 0%. Para o IPCA 2024, a inflação seria exatamente no centro da meta, em 3%.
- Parágrafo 17: 2023 pode ganhar mais peso no horizonte relevante do Copom caso as desonerações tributárias permaneçam no próximo ano.
Notamos uma postura bastante vigilante diante das incertezas do atual cenário para a inflação. O comitê entende que o ambiente externo se mantém adverso e volátil, com contínuas revisões negativas para o crescimento das principais economias. A perspectiva é de desaceleração do crescimento global nos próximos trimestres e o risco de uma desaceleração mais acentuada se elevou. Neste ambiente, o comitê entende que esse processo é desinflacionário no Brasil.
Brasil – Projeção Inflação
Deflação a -0,37% bem acima da expectativa de mercado. Dado o número, teremos que revisar o nosso número final de setembro de -0,12% para -0,2%, pois, neste IPCA 15 foi contabilizado apenas parcialmente as reduções da gasolina, diesel e gás.
Brasil – Taxa de Desemprego
A taxa registrou a sua sexta queda consecutiva, para 8,9%, em linha com o consenso de mercado. Um patamar mais baixo desde 2015, enquanto a massa salarial e o rendimento real apresentaram crescimento significativo. Além da taxa de participação e o nível da ocupação continuarem em crescimento. Ou seja, mesmo com os juros altos os dados continuam melhores.
(Referencias: Broadcast, Bloomberg e BTG Pactual)
Este material foi preparado pela Lifetime Asset e tem como objetivo único fornecer informações macroeconômicas, ele não constitui e nem deve ser interpretado como sendo uma oferta de compra ou venda ou como uma solicitação de uma oferta de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. As informações nele contidas baseiam-se nas melhores informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais ou críveis. Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído, publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem expressa autorização Lifetime Asset. A Lifetime Asset não se responsabiliza, e tampouco se responsabilizará por quaisquer decisões, de investimento ou de outra forma, que forem tomadas com base nos dados desse material. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros.