Análise de Mercado | Comentário Semanal – 11/04/2022
Confira as principais movimentações
04 a 08 de abril
O Ibovespa fechou em baixa de -2,7%, já o Dólar fechou a semana com uma alta de +1,22% em relação ao Real, em R$ 4,70/US$.
A reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE) e a ata da reunião do Federal Reserve foram os principais destaques no cenário internacional. No Brasil, o IPCA de março superou em quase 30pb o consenso do mercado, inflação mais alta de março desde a criação do Plano Real.
Conselho do Banco Central Europeu (BCE)
Na mais recente reunião do Conselho do Banco Central Europeu (BCE), muitos dirigentes argumentaram que o atual nível elevado de inflação na zona do euro demanda medidas imediatas para normalização da política monetária.
Segundo projeções, taxas inflacionárias permanecerão acima da meta de 2% em 2023. “Um período mais longo de inflação acima da meta levaria a um risco maior de desancoragem ascendente das expectativas de inflação de prazo mais longo”, destaca o texto da reunião.
Em contrapartida, participantes da reunião pontuaram previsões que sugerem a inflação em linha com a meta em 2024. Os dirigentes acrescentaram, no entanto, que o Conselho do BCE não pode mais minimizar a recente inflação alta, mesmo que o movimento seja resultado de choques de oferta. A política monetária na zona do euro, acrescenta a ata, está atualmente acomodatícia.
Acompanharemos os desdobramentos e medidas no próximo encontro para conclusões.
Federal Reserve (FED)
A ata da última reunião do Federal Reserve corroborou com a tendência mais ‘hawkish’. Ao direcionar que as próximas altas de juros nos Estados Unidos, ocorrerão em um ritmo mais intenso (na casa de 50pb, dos 25pb vistos em março) e indicar que o enxugamento do balanço será da ordem de US$95 bilhões por mês, o investidor colocou no preço a perspectiva de um aperto de liquidez de maneira mais rápida.
Outro aspecto importante é a redução do balanço do FED. Membros do FED da Filadélfia entendem que uma diminuição no volume de ativos da ordem de US$3 trilhões, exerce o mesmo impacto econômico que um aumento (hike) de +50bps nos juros básicos.
IPCA
Nas alturas, o IPCA de março superou em quase 30pb o consenso do mercado, 1,35%, segundo pesquisas. Esta é a inflação mais alta para um mês de março, desde a criação do Plano Real. O acumulado do ano foi a 3,20%, e em 12 meses a 11,30%, maior acumulado em 12 meses desde outubro de 2008.
Embora a alta tenha sido generalizada (em 8 dos 9 grupos que compõem o indicador), os dois principais destaques foram:
- Transportes: por conta do reajuste de 6,70% nos combustíveis, foram responsáveis por 65pp da inflação no período;
- Alimentos e Bebidas: em função prioritariamente dos alimentos em domicílio, foram responsáveis por 51pp da inflação no período.
Ou seja, transportes e alimentação responderam, por 1,16pp da inflação de março. Dessa forma, economistas já revisam, para cima, a expectativa de inflação.
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