IPCA-15 recua 0,07% em julho com forte queda dos gastos com habitação
O IPCA-15, prévia da inflação oficial, recuou 0,07% em julho, abaixo das projeções do mercado, que já indicavam deflação de 0,01% no período, de acordo com informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 3,19%, ante 3,40% na leitura anterior.
Dos nove grupos que compõem o índice, quatro apresentaram deflação no mês, enquanto os outros cinco registraram alta. A maior queda foi do grupo “habitação”, que recuou 0,94% no mês, puxado principalmente pela baixa nos preços da conta de luz e do botijão de gás.
Ambos os grupos “alimentação e bebidas” e “artigos de residência” apresentaram deflação de 0,40% no período, também contribuindo para o recuo do índice geral. Por fim, houve deflação também em “comunicação”, com leve recuo de 0,17% no período.
Por outro lado, “transportes” foi o grupo que registrou maior alta, com inflação de 0,63% no mês, puxada principalmente pela alta de 2,99% do preço da gasolina no período, em virtude da reinserção de impostos que haviam sido cortados anteriormente.
O grupo “despesas pessoais” teve alta de 0,38% no período, enquanto os demais grupos tiveram avanços menos significativos. “Educação”, “saúde e cuidados pessoais” e “vestuário” registraram altas de 0,11%, 0,07% e 0,04% em julho.
O que o resultado do IPCA-15 sinaliza?
Além do recuo do indicador geral, o IPCA-15 também demonstrou uma melhora qualitativa, o que reforça a perspectiva de início do ciclo de cortes de juros em breve. O Comitê de Politica Monetária (Copom) se reúne entre os dias 1° e 2 de agosto para decidir a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, em meio à expectativa pelo anúncio de um corte entre 0,25 e 0,50 ponto percentual.