Rendimento real das NTN-Bs se aproxima de 6% ao ano em momento de Risco Brasil baixo
Nos últimos dias os títulos públicos atrelados à inflação (NTN-B) mostraram um aumento importante nos seus rendimentos reais, ou seja, no retorno prometido além da correção pelo IPCA. As taxas se aproximaram dos 6,0%, patamar que traz uma oportunidade interessante para o investidor em renda fixa.
Vale ressaltar, no entanto, que uma boa oportunidade precisa sempre aliar boa rentabilidade e controle de risco. Quando esta nova variável entra na equação, a conclusão é ainda mais interessante para o investidor. Analisando o histórico, verificamos que as taxas de rendimento estão em patamar elevado, mas com nível de risco menor do que o verificado em outros momentos históricos em que isso aconteceu, conforme veremos a seguir.
Para ilustrar o nosso ponto, elaboramos dois gráficos que, quando comparados, compõe um quadro geral da relação entre risco e retorno dos títulos públicos nos últimos anos no Brasil. O primeiro mostra o rendimento acima da inflação das NTN-Bs com prazo de 6 anos, com destaque para os momentos nos quais o rendimento real ficou entre 5,5% e 6,0% para comparar com o momento atual. O segundo traz o risco país ao longo de cada um dos anos em duas métricas: o patamar máximo e a média de cada um dos períodos.
1) 2013 -2014
- Operação Lava Jato e denúncias de corrupção que implicavam o governo federal;
- Protestos populares;
- Processo de impeachment iminente;
- Necessidade de ajuste fiscal num governo com forte viés expansionista;
- Inflação corrente em aceleração.
2) 2016
- Incertezas pós impeachment;
- Inflação corrente em desaceleração, mas acima do teto da meta.
3) 2018
- Greve dos caminhoneiros
- Denuncias de corrupção em relação ao governo federal
4) 2022
- Aprovação da “PEC Kamikaze” que liberava créditos extraordinários para programas de transferência fiscal às vésperas da eleição;
- Fraqueza do arcabouço fiscal;
- Disputa eleitoral polarizada;
- Ameaças institucionais.
5) 2023
- Posse do novo mandatário;
- Ameaças institucionais.
6) Momento atual
- Necessidade de ajuste fiscal e dúvidas em relação à meta;
- Inflação corrente no teto da meta;
- Ciclo de queda de juros;
- Risco país em queda.