Governo federal tem déficit de R$ 45,2 bi em junho, 3° maior da série histórica
O governo federal registrou déficit de R$ 45,2 bilhões em junho deste ano, revertendo o superávit de R$ 14,5 bilhões registrado no mesmo período do ano passado. O déficit, que compreende os resultados do Tesouro Nacional, do Banco Central e da Previdência Social, é o pior da série histórica, iniciada em 1997.
O resultado negativo se deve a uma queda de 26,1% das receitas líquidas na comparação com junho de 2022, para R$ 145,3 bilhões, bem como a um crescimento de 4,9% das despesas totais, que somaram R$ 190,6 bilhões. A expectativa era de um déficit ligeiramente menor, na faixa de R$ 44 bilhões.
A queda das receitas ocorreu em virtude de uma redução na arrecadação com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro líquido, além de uma forte redução nos dividendos pagos por empresas estatais ao governo. Já o aumento das despesas se deve principalmente ao crescimento dos gastos com previdência, abono salarial e seguro desemprego.
Apesar do objetivo de zerar o déficit já no próximo ano, o governo enfrenta dificuldades em equilibrar as contas públicas. Recentemente, os ministérios da Fazenda e do Planejamento elevaram a projeção de déficit fiscal em 2023 para $ 145,4 bilhões, o que equivale a 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) projetado para o ano.
Apesar do resultado ligeiramente pior do que o esperado, o mercado segue confiante com o futuro do Brasil, enxergando que as reformas implementadas recentemente e aquelas que ainda estão em discussão devem contribuir para uma melhora significativa da situação fiscal do país. Vale lembrar que a agência Fitch elevou recentemente o rating de crédito do Brasil de BB- para BB, colocando o país no patamar considerado estável.