Petrobras anuncia aumentos de R$ 0,41 na gasolina e R$ 0,78 no diesel
A Petrobras (PETR3/PETR4) anunciou nesta terça-feira (15) novos reajustes nos preços dos combustíveis vendidos para as distribuidoras. A gasolina sofrerá um aumento de R$ 0,41 por litro, para R$ 2,93, enquanto o litro do diesel terá um aumento ainda maior, de R$ 0,78, chegando a R$ 3,80.
O anunciou veio após relatos de distribuidores referentes à escassez de diesel em alguns estados brasileiros. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo, a escassez do combustível se deve principalmente à defasagem dos preços praticados no mercado doméstico com relação aos preços internacionais.
De acordo com dados da Abicom, a defasagem tanto dos preços da gasolina quanto do diesel chegava a 24% antes do anúncio do aumento. Com a elevação dos preços, que entra em vigor a partir de quarta-feira (16), a defasagem deve cair para cerca de 9% para o preço do diesel e 12% para o preço da gasolina.
Como o Brasil não é autossuficiente no refino do petróleo, o país ainda depende da importação de uma parte dos combustíveis para suprir a demanda nacional. Quando a defasagem dos preços domésticos com relação aos internacionais atinge patamares muito elevados, se torna mais difícil a importação de combustíveis, o que tende a ocasionar a escassez.
Impacto do reajuste da Petrobras na inflação
Os preços dos combustíveis representam uma parcela expressiva do grupo “transportes” que integra o IPCA, índice que mede a inflação ao consumidor brasileiro. Com um recuo de 0,41%, o grupo “transportes” foi um dos principais responsáveis pela deflação de 0,08% observada em junho deste ano, dado que contribuiu para a decisão do Copom de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual.
A alta dos preços dos combustíveis pela Petrobras neste mês deve evitar o problema da escassez, mas também pode exercer uma forte influência na inflação de agosto e setembro, o que pode frear a tendência expansionista do Banco Central e ditar um ritmo mais contido para as próximas reuniões de política monetária.
Dessa forma, investidores devem voltar sua atenção às oscilações do dólar e do preço do barril de petróleo no mercado internacional, fatores que podem forçar a Petrobras a realizar novas elevações nos preços ou abrir espaço para novos cortes.
Por outro lado, a notícia gerou empolgação com relação às ações da petrolífera, que operavam em alta após a divulgação do reajuste.